segunda-feira, 13 de julho de 2015

Resenha: Minueto da Madrugada - de Décio Gomes

MINUETO DA MADRUGADA
As crônicas Ridell - Volume II
Ano: 2014 / Páginas: 284
Idioma: português 
Editora: Schoba

Sei que não posso subestimar minhas escolhas, posso um dia me enganar. No entanto, até o presente momento não tenho falhado comigo mesma e só tenho motivos pra festejar os resultados dessas escolhas.

Foi em 2012 que conheci uma das melhores obras literárias do gênero romance e terror. Um livro que me fez vibrar, amar e virar noites em claro com medo das sombras. E quem é o culpado por noites de insonia? Seu nome é Décio Gomes, o autor pernambucano que surpreendeu os leitores com o livro Albertine, uma história fantasmagórica coberta de mistérios e um toque de romance de tirar o chapéu.

Agora aqui estou  novamente pra falar do segundo volume, da série "As Crônicas Ridell". Venha comigo e conheça os segredos macabros escondidos por trás das paredes da mansão Ridell no novo sucesso: Minueto da madrugada.

SINOPSE: Minueto da madrugada - Após a morte de sua mãe, mudando-se da Alemanha para o interior da Inglaterra, a jovem Rosa Vogelsang ansiava, acima de qualquer coisa, construir uma nova vida longe de tudo que conhecia. Contratada pelo senhor Joseph Ridell, um importante homem de negócios da região, é levada para administrar a imponente mansão que carregava o sobrenome de seu dono: uma construção antiga, isolada no coração de uma vasta floresta, de paredes espessas e carregadas de eras e histórias. Pouco depois de sua chegada ao novo lar é apresentada a Dianne, a bela e enigmática noiva de seu patrão, e no decorrer de seus dias, graças à ausência de Joseph, aproximam-se e tornam-se grandes amigas. Lentamente, porém, a jovem governanta passa a descobrir que coisas horríveis e inimagináveis ocorrem no interior da mansão. Entre aquelas mudas paredes a madrugada trazia muito mais do que trevas, e para seu grande temor, a cada novo anoitecer, percebe que a nova e querida amiga está muito mais ligada aos segredos obscuros da família do que ela podia imaginar. Segredos, revelações e terríveis descobertas fazem de Minueto da madrugada um importante capítulo na história da família Ridell. Quando a luz se esconde e as sombras se derramam, um novo ciclo de horrores é iniciado, e com eles vem a certeza de que, cedo ou tarde, o mal encontra o caminho de casa.


RESENHA: 

Estava tensa e ansiosa por essa leitura, porque sei o que encontrei no primeiro volume da série "As Crônicas Ridell" e de alguma forma já previa o que iria encontrar em "Minueto da Madrugada" o segundo volume da saga. 

Adentrei novamente na mansão que um dia me deixou arrepiada, já me sentia tão familiarizada com aquelas paredes, com o ambiente sinistro e até mórbido. Sendo assim, me senti confiante e forte... Mas, nada é como a gente pensa, foi uma visita diferente, mais carregada de mistérios e escuridão. O medo invadiu meu corpo e sucumbiu minha razão a ponto de por um momento largar o livro e só depois de me recompor voltei a leitura.

Dessa vez a historia antecede os acontecimento do primeiro livro. Voltamos ao passado, antes de Albertine. E conhecemos melhor a historia dos Ridells, os segredos e o lado sombrio da família.

Tudo se inicia com Rosa, lembram dela? Pois é, quem leu Albertine lembrará. 

A jovem Rosa havia acabado de ficar órfã, sua mãe, a única pessoa que a prendia na Alemanha falecera e sem um porto seguro, Rosa resolve aceitar uma proposta de emprego na Inglaterra. Juntando a coragem e a obstinação ela vai trabalhar de governanta na mansão de seu novo patrão Joseph Ridell e sua noiva Dianne, eles também são recém chegados no novo lar, herança do pai de Joseph.

A antiga Mansão ficava num local isolado no meio da floresta à três horas da cidade, e além de seus patrões as únicas companhias que teria seriam os empregados Frida, Brianna e Hector. 

Rosa sempre fora muito observadora e notou que Joseph se envolvia demais no trabalho e passava maior parte do tempo fora viajando, deixando sua noiva triste e contrariada. Por esse motivo, ela tenta se aproximar da patroa a fim de ajudá-la e distraí-la nos momentos de ausência de seu futuro marido e Dianne logo a recebe com simpatia tornando-se mais intimas e confidentes.

O isolamento, a solidão e a necessidade de ter seu amado por perto, fez com que Dianne procurasse novas distrações, passou a explorar a mansão para conhecer melhor a sua morada. E com satisfação ela descobriu que no sótão escondia-se os tesouros dos antigos moradores. Tesouros esses que motivaram uma Dianne curiosa a abri-los sem receios do que estava por ser revelado. Dentre as descobertas Dianne encontrou um livro antigo com capa de couro, talvez original, perigosamente poderoso. Mas, não intimidou a "estranha" Dianne que logo fez uso de seu conteúdo. 

Coisas estranhas passam a acontecer, mudando drasticamente a vida de todos os moradores da mansão Ridell.

IMPRESSÕES:

Estava tensa e ansiosa, porque sei o que encontrei no primeiro livro e já imaginava o que encontraria nesse volume. Já de início deparo-me com a linguagem rebuscada e bem detalhada de Décio Gomes, a mesma escrita que me encantou em Albertine, o primeiro volume.
Imediatamente fui sugada pára dentro do livro, passando a viver lado-a-lado com os personagens as situações ali apresentadas, como se tivesse fazendo parte da história e me desesperei. Esse é o poder que Décio tem sobre seus leitores. 

Como disse antes, senti-me familiarizada, reencontrar alguns personagens do primeiro livro me fez nostalgizar. Rosa por exemplo, seu papel foi essencial para a construção de Albertine e dessa vez não foi diferente. Nessa nova história a encontro mais nova, iniciando carreira de governanta na mansão Ridell, é através dela que retornamos a morada do mal e conhecemos como tudo aconteceu, antes mesmo de Jeremy e Albertine se conhecerem, antes mesmo de seu nascimento.



Neste livro temos uma detalhada explicação de como toda a maldição da família se inicia e acreditem, a história assustadora que nos foi contada antes, nem chega aos pés das novas revelações contada em Minueto da Madrugada. Então, preparem-se pra levar bons sustos e viver momentos de arrepiar.
Décio Gomes mais uma vez escreveu com maestria a sua obra, mais uma vez nos fez viver uma montanha russa de sentimentos tensos, assustadores e esperançosos. Tentei abstrair o medo que sentia pra poder melhor usufruir da leitura, e quando consegui separar uma coisa de outra, não parei mais de ler. Ao finalizar, fechei o livro satisfeita e surpresa com o resultado, e MUITO assustada também! 

Fiquei a refletir: O que uma pessoa pode fazer em nome do amor? Dependendo das escolhas, as consequências tem resultados catastróficos, pode simplesmente por tudo a perder. E pior, pode durar gerações e talvez nunca ter fim... Essa frase expressa tudo: "Cedo ou tarde o mal encontra o caminho de casa." Falou e disse.

Foi assim que finalizei a leitura, já pensando no próximo livro que fecha a série. Cronologicamente sabemos que Albertine é a continuação de Minueto da madrugada, Como já li e sei como terminou, basta agora ansiar pela continuação de Albertine de nome Elegia. Tenho certeza que esse será o melhor trabalho de Décio Gomes. Ele promete!

O legal dessa série e a saga In nomine Patris é que não precisamos seguir uma ordem de leitura. Elas tem histórias independentes, mas cada livro tem uma ligação valiosa que esclarecer alguns fatos curiosos. É como montar um grande quebra-cabeça que ajudará o leitor a entender o porque de alguns acontecimentos e se divertir com revelações que estavam na cara e você não via porque estava tão envolvido que deixou passar. Tanto as Crônicas Ridell, como as aventuras de Jullian em In nomine Patris tem personagens que participam das duas séries e esse é o ponto alto pra quem está acompanhando os dois. Volto a exclamar em caps lock: DÉCIO GOMES É UM GÊNIO!

Décio Gomes, quero parabenizar por mais uma obra-prima!
Recomendo pra todos os amantes de livros de terror. 
Incrível, empolgante e memorável!
Boa leitura pessoal!!

O AUTOR

Décio Gomes, Pernambucano, nascido na cidade de Caruaru, lançou seu primeiro livro, Albertine, em Junho de 2012, e desde então vem ganhando destaque no ambiente literário no Brasil. Albertine entrou na lista de concorrentes ao Prêmio são Paulo de Literatura como melhor livro do ano, na categoria autor estreante.


***


É com muito orgulho e honra que apresento a nova capa de Albertine, segunda edição, agora de casa nova Editora Tribo dos livros. Décio resolveu homenagear o blog Cia do Leitor colocando uma citação retirada da resenha publicada em 24/02/2014. Confira AQUI a resenha.
Muito Obrigada Décio, você e suas obras, fazem jus às resenhas positivas e cheias de entusiasmo, espalhadas pela internet e mundo afora.


Redes Sociais:
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5 comentários:

  1. Ahhhh preciso desses livros. Vou procurar o priemeiro. Amo livros assim e é tão raro achar um de qualidade que coloque medo.

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    1. Aproveita que Décio virá pra Bienal aqui no RJ. Compre logo os dois autografados!
      Ele tem um kombo lindo com os dois livros

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  2. puuuuuuuuuutz Ni, assim você deixa a gente em polvorosa. "albertine" é um livro que quero ler há séculos, sem saber que faz parte de uma saga. segredos, intrigas, o mal enraizado, tomando forma dentro da casa, pelas paredes, tudo isso me faz correr para o livro. agora, o que mais me chamou a atenção é que duas sagas se interligam, como se fizessem parte de um mesmo universo, isso é próprio de muita gente boa, posso citar aqui um de meus autores preferidos - Stephen King. ele costuma misturar todos os personagens e a gente tem que ficar esperto. ultimamente o faz inclusive com personagens de seu filho Joe Hill, colocando o velho Manx de "nosferatu" em seu livro "doutor sono".
    então bora anotar mais esta dica sua pra apimentar os finais de semana. vida longa Décio Gomes, que veio pra ficar! mais uma resenha apetitosa hein? parabéns!

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    1. Sem dúvida nenhuma Rodolfo. Muitas vezes me pego comparando as escritas de Décio com as da familia King . Macabro e inteligente! rsrsrs
      Você tem duas opções: compra os dois e começa a devorar, ou espera o terceiro pra fechar a coleção.
      Eu sou muito ansiosa, ainda mais quando uma obra me prende como aconteceu com "As crônicas Ridell" Vou sofrendo aos poucos. haha

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  3. Nizete!
    Apesar do escritor ser meu conterrâneo, não conhecia sua obra tão rica e com linguagem rebuscada.
    O melhor é saber que podem ser lidos de forma independente, embora seguir uma sequência por vezes facilite o entendimento.
    Bom demais um livro de terror que realmente nos assuste e surpreenda.
    Fico orgulhosa por mais um autor nacional que não fica nada a dever aos estrangeiros.
    Parabéns e sucesso para o autor.
    “É mais fácil obter o que se deseja com um sorriso do que à ponta da espada.”(William Shakespeare)
    cheirinhos
    Rudy
    http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/
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