segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Resenha: Insígnia - de S.J. Kincaid

Insígnia
Livro 1 - A Arma Secreta
S.J. Kincaid
V&R Editoras


Sinopse: Terceira Guerra Mundial. O inimigo está vencendo. E se a arma para virar o jogo fosse você?

Resenha

Para o mundo e para si mesmo, Tom não passa de um insignificante garoto de 14 anos. Um garoto sem lar, abandonado pela mãe e com um pai viciado em jogos. Não é uma vida fácil e na maioria das vezes ele é o responsável por conseguir a comida e o abrigo para seu pai e para si próprio. No mundo de Tom está ocorrendo a Terceira Guerra Mundial, mas essa guerra é bem diferente das duas últimas, pois o mundo também está bem diferente de quando as duas últimas ocorreram. Não há o registro de nenhuma morte na guerra, pois ela agora é travada  no espaço por máquinas controladas por adolescentes. O objetivo dessa guerra é garantir os direitos de exploração de minerais no espaço, mas quem está reivindicando tais direitos não são países e sim empresas, grandes multinacionais. Essas empresas se tornaram as verdadeiras responsáveis por governar o mundo e todos os governos se sujeitam à elas.


Ao travar guerras em outros planetas e evitar combates na Terra, solucionamos as disputas por meio da violência, mas evitamos a maioria das consequências das guerras tradicionais, como ferimentos debilitantes, morte de seres humanos, destruição da infraestrutura e contaminação ambiental.

Mas Tom não está preocupado com a guerra. Afinal ele é um adolescente que nem ao menos pode frequentar uma escola normal por nunca poder ficar em um mesmo lugar durante muito tempo. Tom frequenta uma escola na RV (Realidade Virtual), mas até mesmo nesse tipo de escola, que é o último recurso, ele está encontrando dificuldade para comparecer às aulas. Com uma vida tão desestruturada como essa, os jogos na RV se tornam sua fuga e seus únicos amigos. Tom não tem muitas perspectivas e não consegue imaginar um futuro para si próprio nesse mundo tão competitivo.

- Finja que será amanhã. O que vai fazer da vida? Qual é o seu talento?
- Meu talento é… São… - ele se calou.
- Qual é?
Tom não conseguiu responder nada diferente, por tanto verbalizou o que estava em sua mente.
- São os jogos.
A palavra pairou no ar entre eles, e Tom teve a impressão de que ela soara um tanto deprimente.
- Podemos dizer o mesmo do seu pai, Tom. Onde  ele está agora?

Felizmente para Tom, existe pessoas que diferentemente de sua professora consideram o seu dom com os jogos muito especial e importante.

- Meu nome é general Terry Marsh. Como deve saber, o governo monitora o país em busca de alguns de nossos jovens mais promissores para recrutá-los como combatentes na guerra.

Por seus notáveis talentos com jogos, Tom é convidado a entrar no treinamento especial do exército para um dia talvez ser um dos adolescentes responsáveis por controlar as máquinas que são utilizadas na guerra. Para Tom é como se um sonho se tornasse realidade, ele poderia enfim ser alguém importante e ao mesmo tempo ter a oportunidade de "jogar" o melhor jogo de todos. Mas o pai de Tom, Neil, não vê essa oportunidade com os mesmos olhos. Neill sempre foi aquele tipo de pessoa que vê conspiração em todos os lugares. Ele não confia no governo e odeia as multinacionais que controlam o mundo. Ele parece ser um dos poucos que vê o absurdo de governos gastarem recursos públicos com uma guerra em que os únicos beneficiados são empresas privadas. Neil não queria dar a autorização para Tom fosse para o treinamento, mas no final acaba cedendo.

- Tom - Neil passou a mão pelos cabelos do jovem -, aconteça o que acontecer, você precisa cuidar de si mesmo. Entendeu?
- Entendi.
Tom não pôde deixar de se inquietar com a expressão no rosto do pai quando partiu com Marsh. Neil o olhava como se tivesse certeza de que aquela era a última vez que veria o filho.

Ao chegar a Agulha Pentagonal, antigo Pentágono, Tom começará a perceber que nem tudo é como lhe foi passado, que o general Marsh escondeu informações muito importantes quando o recrutou e que agora ele deve decidir se segue em frente, apesar de tudo, para tentar atingir o sonho de ser alguém importante ou se volta para casa, para seu pai, as incertezas e para ser novamente o zé ninguém que sempre foi. E se ficar, Tom precisará começar a encarar a guerra pelo que realmente é e tentar descobrir a verdadeira razão pela qual foi escolhido.

"O factor que decide o resultado de guerras, batalhas e até de pequenos combates é a perda da esperança, e não a perda da vida"

Comecei a ler o livro com grandes expectativas e ele não me decepcionou. A cada página ele me conquistava mais. A narrativa é excelente, em nenhum momento a leitura se tornou cansativa. Eu amei os personagens e amei todo o conceito proposto pela estória. Não sei se esse livro pode ser considerado uma distopia, ao meu ver não é. Tirando as máquinas travando guerras no espaço, eu não acho que nosso mundo está muito distante desse futuro descrito no livro. A cada vez mais os governos deixam de governar pelo povo e governam para as empresas. Aos pouco tudo está sendo patenteado, políticos utilizam dinheiro de empresas para serem eleitos e depois governam para favorecer essas mesmas empresas (familiar? pois é…). Esse livro quase soa como um alerta de para onde nossa sociedade está indo. Entrou merecidamente na minha lista de favoritos. 

Como programadora devo dizer, como não amar uma capa coberta com códigos binários? Mas além disso, a  capa toda é linda! O nome do livro parece que está sendo exibido em uma tela. Todo esse efeito entre números binário brilhando suavemente ao fundo e o título ao estilo abertura de Supernatural é sensacional! Simplesmente amei essa capa! O livro tem as páginas amareladas (os meus olhos agradecem), fonte no tamanho certo (os meus olhos agradecem novamente) e texto centralizado na página (os meus olhos estão erguendo um templo para poder idolatrar a V&R). Resumindo, a V&R arrasou mais uma vez, parabéns!

Classificação



Sobre a autora


S.J. Kincaid nasceu no Alabama, cresceu na Califórnia e frequentou o segundo grau em New Hampshire, mas foi quando durante o tempo em que viveu ao lado de um cemitério mal assombrando na Escócia que ela descobriu que queria ser escritora. Estudou nas universidades de Illinois e Ohio. Ela também já quis ser astronauta. Insígnia é o seu primeiro romance e ele é o primeiro livro de uma trilogia, que conta também com Vórtex, já publicado pela V&R com o nome de Insígnia - o Vórtex Negro, e Catalyst, que será lançado nos EUA em 28/10/14.



10 comentários:

  1. muito boa resenha, parabéns, Patricia, o livro ,Insígnia , muito interessante , TOM tem muito mais a contar p/ nós no relato do livro, achei q o pai de tom era um pouco descuidado p/ com TOM , pois ele só sabia jogar e q foi p/ a guerra seu pai parece q nem ligou p/ o futuro de TOM, amei a resenha e fiquei muito curiosa p/ ler todo o livro.

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    1. Obrigada por ler! Eu amei o livro e tenho certeza que você também amará!
      bjs.

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  2. pareceu-me um pouco como "o jogo do exterminador", um clássico. fiquei curioso!

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    1. Ainda não li "o jogo do exterminador", embora esteja na minha fila de desejados a algum tempo. Mas realmente espero que o jogo seja tão bom quanto esse livro.
      bjs!

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  3. Oi Patricia, gostei muito da sua resenha.
    Eu não costumo me interessar muito por livros com esta temática, mas devo confessar que este me deixou curiosa e o mérito é todo seu.
    Bjus
    Lia Christo
    www.docesletras.com.br

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    1. Ainn… obrigada! Fiquei até sem graça agora…
Sou meio suspeita para falar, já que amo esse tipo de livro, mas eu tenho certeza que você irá curtir esse livro.
Bjs!

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. Interessante história, linda capa e resenha brilhante! Não é bem meu estilo de livro, mas, você escreveu tão bem e demonstrou tanta empolgação que me animou.
    Parabéns
    Kazumi

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Equipe Cia do Leitor